Aeroviários dizem SIM aos sindicatos

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Por maioria acachapante (90% dos votos), os trabalhadores votaram contra a proposta da empresa. Além de reafirmarem a importância da TAP M&E cumprir a CCT, os trabalhadores demonstraram que irão lutar por seus direitos. Em novo comunicado, enviado hoje às 11h40min, a empresa informa o resultado da consulta e confirma que irá fazer o pagamento da 1ª parcela do 13º salário, como rege a legislação.

A consulta foi informada aos funcionários, em 28 de novembro, através de um comunicado interno, no qual a direção da TAM M&E Brasil afirma querer saber a "opinião dos colaboradores quanto as negociações salariais da Empresa serem efetuadas diretamente com os nossos funcionários, independente do SNEA". 

Além de querer evitar o cumprimento da CCT do SNEA, a direção da TAP M&E Brasil, de forma autoritária, tenta passar mais uma vez por cima do Sindicato, que representa os trabalhadores e vem discutindo há vários anos soluções para a empresa sair da crise, além de cobrar o cumprimento da CCT, das leis trabalhistas, das normas de segurança etc.

Esta é a segunda vez no ano que a empresa promove esse tipo de consulta, que é ilegal, sob o ponto de vista da forma como é feita (conduzida diretamente pela empresa, pressionando e assediando os funcionários) como pela proposta, que fere a legislação trabalhista. A anterior foi realizada em 26 de outubro, para saber se os funcionários aceitavam parcelar o 13º salário de forma diferente da estabelecida em lei, e também levou a uma derrota da proposta da empresa.

Diferente do que vem sendo praticado pelos atuais administradores da TAP M&E Brasil, a prática da empresa sempre foi primeiro negociar com o Sindicato e, nessas negociações, somente após um consenso entre entidade e empresa, é que era chamada a assembleia com os trabalhadores para que esses deliberassem sobre uma proposta de acordo. 

Todavia, como o Sindicato informou à TAP M&E Brasil que não levaria a proposta para deliberação dos trabalhadores, por entender que a mesma promoveria graves prejuízos à categoria sem qualquer contrapartida, a empresa decidiu encaminhar a consulta diretamente, de forma autoritária. 

Cabe lembrar que é papel essencial do Sindicato defender os direitos dos trabalhadores e representá-los, evitando assim retaliações das empresas contra trabalhadores. Além disso, a entidade nunca aceitou negociar diretamente com as empresas do setor o reajuste salarial da categoria e sempre optou por negociar com o sindicato patronal que representa as empresas aéreas brasileiras.

Ao dizer que tem por interesse manter um diálogo aberto com os funcionários, a direção TAP M&E Brasil mais uma vez mascara sua intenção de passar por cima do Sindicato e pressionar os trabalhadores, especialmente quando faz terrorismo sobre sua situação financeira.

Não há, ao contrário do que é afirmado, nenhum benefício para os trabalhadores nessas propostas que vêm sendo defendidas pela empresa. "Dizer que a crise é tão grande que sem um acordo com os funcionários ficaria inviável manter a empresa é querer jogar no trabalhador a responsabilidade pelos equívocos administrativos promovidos pela atual direção da TAP M&E Brasil", ressalta a direção do Sindicato.

A entidade segue em negociação com a empresa visando a solução dos diversos problemas enfrentados pelos trabalhadores e à disposição para contribuir com uma saída para a sua crise. O Sindicato, no entanto, entende que os problemas de gestão da TAP M&E Brasil são o grande desafio que a empresa tem pela frente, assim como dar condições aos funcionários de exercerem suas tarefas com dignidade e segurança.

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