No Brasil, tudo na mesma…

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A reunião foi agendada antes da conversa entre o presidente da empresa, Nestor Koch, com os funcionários, na qual ele atacou e desrespeitou o Sindicato e disse uma série de inverdades. Na reunião, os representantes da empresa chegaram a confessar surpresa com a atitude de Koch. 

Eles também disseram que não há no mercado interesse de nenhum investidor em comprar a TAP M&E Brasil, “nem por um euro”. A resposta da direção do Sindicato, ironizando essa hipótese, foi de que os trabalhadores com certeza comprariam a empresa “por um euro”, e que esse discurso não combina com uma empresa de excelência como a TAP M&E. Diante dos argumentos de que os problemas econômicos enfrentados na Europa dificultam as finanças da empresa no Brasil, o Sindicato também fez sua contestação, lembrando que em tempos de bonança na Europa, não houve melhorias para os trabalhadores brasileiros e ressaltando que os problemas aqui estão relacionados à gestão, que é a origem de todas as dificuldades econômicas da subsidiária brasileira. “Se não há aviões para manutenção, é porque não há captação, não há treinamento nem equipamento adequado na base de Porto Alegre”, afirmou a direção da entidade. O Sindicato também reforçou a urgência de uma solução para o plano de saúde dos trabalhadores. Muitos ainda não receberam as novas carteiras, após dois meses da mudança, e estão sem assistência médica.

Os sindicalistas criticaram a pesquisa realizada recentemente para avaliar as chefias imediatas, lembrando que funcionários e a entidade defendem há anos uma avaliação 360º que abranja supervisores, gerentes, administradores. O projeto “ajustando as peças”, avaliando somente essas chefias, também teve uma resposta dos trabalhadores: muitos não preencheram as mais de 50 perguntas (que tinham que ser respondidas no mesmo dia), alguns preencheram parcialmente, outros escreveram mensagens, alguns jogaram a pesquisa no lixo. 

Sobre o assédio moral, a empresa voltou a afirmar que desconhece os casos e que os supervisores apontados nas denúncias são extremamente competentes.

A consulta, realizada de forma autoritária e ilegítima, para averiguar a posição dos trabalhadores quanto ao parcelamento do 13º salário levou a uma derrota (bem apertada) da empresa. 240 trabalhadores votaram  contra à proposta, enquanto 238 votaram a favor. Não fosse a votação do Rio de Janeiro, no entanto, a proposta teria sido aprovada. Além de pressionar e expor os funcionários (conseguindo inclusive identificar os votos), a TAP M&E aproveitou a consulta para fazer uma pesquisa informal sobre a satisfação dos trabalhadores. O Sindicato lembra que abrir mão de direitos é o primeiro passo para perdê-los um a um.

Os representantes da empresa disseram ainda, na reunião, que não sabem se vão cumprir corretamente o pagamento do 13º salário, ou como vão se comportar diante do resultado das negociações com o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias. A TAP M&E não faz parte do SNEA, mas desde sempre pagou o reajuste acordado com esse sindicato patronal. O Sindicato e a categoria estão atentos aos fatos e irão tomar as decisões cabíveis diante do descumprimento da CCT e da CLT. “Estamos preparados para nos manifestarmos à altura das decisões dessa administração”, afirma a direção da entidade.

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