Comunicado do Sindicato sobre o PPR 2011 da TAM

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Participaram da reunião representantes do setor Jurídico e de Recursos Humanos da empresa.

Os dirigentes sindicais não puderam participar da comissão, nem sequer candidatarem-se, por determinação da empresa. A negativa é considerada pelo Sindicato uma discriminação e uma prática antissindical e está prejudicando o processo de negociação sobre o plano, uma vez que apenas a comissão tem direito a voto e a mesma é formada por funcionários sem estabilidade, sujeitos à pressão da companhia. Os membros da comissão demonstraram em vários momentos da reunião seu contrangimento diante de tentativas de discussão sobre o plano e foram pressionados para aprová-lo naquele momento. O Sindicato conseguiu, no entanto, manter as negociações até que a comissão leve a proposta ao conhecimento dos trabalhadores. Entre os membros da comissão foi visível a perplexidade diante da falta de democracia da TAM para debater a proposta, tida como pronta e acabada pela empresa, que permite apenas um sim ou não, sem negociação com os funcionários.

A TAM confessou que estava com o plano pronto desde dezembro, mas esperou até agosto para apresentá-lo. 

A demora prejudica ainda mais as chances dos funcionários de atingirem as metas. Se o objetivo do PPR é estimular a produtividade dos trabalhadores, isso fica inviabilizado pela falta de transparência da TAM, gerando descrédito e decepção. 

Os representantes da companhia reclamaram das despesas, “das peças caras vinculadas ao dólar”, para justificar a proposta de PPR.

As metas propostas pela TAM são quase impossíveis, segundo avaliação do Sindicato, que considerou a proposta muito ruim.

Se os trabalhadores alcançarem as metas, o PPR será de apenas meio salário de acordo com o plano. 

A TAM alcançou, no 1º trimestre de 2011, um EBIT (resultado bruto menos despesas) de R$ 110,2 milhões; e no segundo trimestre, um EBIT de R$ 15,6 milhões. Por esses números, dificilmente no segundo semestre serão atingidas as metas do EBIT proposto no PPR.

A companhia propõe como gatilho do PPR um EBIT de R$ 555,3 milhões. A meta de EBIT é de R$ 1,1 bilhão. Ambas são maiores que as de 2010. O Sindicato já havia denunciado, em 2010, que as metas da TAM eram irreais e o mesmo está ocorrendo esse ano. No ano passado, no entanto, a TAM recebeu recursos milionários de uma ação judicial e só por isso alcançou resultado suficiente para remunerar os funcionários. 

Há ainda os indicadores NPS (Satisfação do Cliente) e Pontualidade que irão influenciar no resultado do PPR.

Para o Sindicato, esses dois indicadores são subjetivos, ou independem apenas da atuação dos funcionários. Práticas de overbooking e problemas metereológicos que levam ao fechamento de aeroportos, por exemplo, geram atrasos nos voos e grande insatisfação dos passageiros, que irão refletir-se nos resultados dos indicadores.

O Sindicato ainda não recebeu da TAM, formalmente, a proposta. Todavia, diante da discussão na reunião, avalia que a mesma não atende aos interesses dos trabalhadores, pois não contempla nem sequer um salário como prêmio. 

A comissão de funcionários tem até o dia 22 deste mês para dar uma resposta à empresa. Antes disso, a comissão deverá debater com os trabalhadores a proposta. 

O Sindicato não aceita esse prazo e também irá consultar os trabalhadores, em assembleia, após concluir a análise do plano.

O Sindicato sente-se no dever de esclarecer que a TAM não está oportunizando uma negociação. A entidade espera que a TAM não mantenha essa arbitrariedade e permita uma discussão sobre a proposta, reduzindo as metas e garantindo ao menos um salário para os funcionários. 

Comunicado do Sindicato sobre o PPR 2011 da TAM

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