Audiência entre a Gol e sindicatos no MPT-SP termina sem acordo

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A reunião, realizada em 15 de setembro, com mediação da procuradora Laura Martins de Andrade (foto acima), contou com a presença da Fentac/CUT e do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre.

Os sindicalistas destacam a posição prepotente dos representantes da Gol durante a audiência. “Eles não reconheceram nenhum erro, nenhuma irregularidade, apesar de elas serem postas na mesa, mais que comprovadas durante a reunião”, afirmam.

Os sindicatos de aeroviários denunciaram alterações constantes nas escalas, nas folgas, horários de trabalho, assim como dobra de jornada e assedio moral. Também relataram que a forma como vem ocorrendo o balanceamento de aeronaves induz a erros que podem colocar em risco a segurança de voo.

As entidades apresentaram um e-mail da chefia da manutenção da empresa no aeroporto de Confins (MG), que “ensina” a maneira correta de dividir as horas extras no sistema para maquiar a dobra de jornada. A Gol disse que o documento reflete atitude de um funcionário que já foi punido. Os sindicatos de trabalhadores contestaram afirmando que o chefe continua trabalhando e fazendo as mesmas exigências.

Durante a audiência, a direção do SNA trouxe ao conhecimento da procuradora que a Ponte Aérea Rio de Janeiro-São Paulo está sendo escalada com seis pousos, excedendo os limites legais e causando desgaste à tripulação.

Diante das denúncias dos aeronautas de que a empresa continua desrespeitando as normas que regem as escalas, a Gol apenas afirmou estar cumprindo a regulamentação.

Como ponto positivo, foi anunciado o reajuste de 20% no valor da hora de voo dos pilotos e comissários, reivindicado pelo SNA, que será pago a partir de 1º de setembro. O SNA e a Gol também concordaram com a apresentação, de um cronograma para a implantação de modificações no “crew link”.

Ao final da reunião, o MPT-SP deu prazo de cinco dias para que a Gol apresente um plano de ação que atenda às reivindicações de aeronautas e aeroviários. O SNA terá o mesmo prazo para apresentar as escalas de agosto e setembro que extrapolaram os limites legais. Após, as partes terão cinco dias para se manifestarem. Concluída esta etapa, pode haver nova audiência ou encaminhamento do caso à Procuradoria Geral do Trabalho, em Brasília.

Os sindicatos nacionais realizam assembleia com os trabalhadores, para definir sua posição, esta semana.

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