TAP ME demite mas altos salários permanecem

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Nenhum do$ intocávei$ até agora foi demitido

A empresa de manutenção aeronáutica TAP ME deu início, há cerca de uma semana, a um processo de demissões que deve resultar numa redução de cerca de 7% dos seus postos de trabalho. Desde o dia 28 de outubro, 62 aeroviários perderam o emprego na base de Porto Alegre.

Somente em 2014, até o momento, o Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre já homologou 120 rescisões de trabalho, o que representa uma redução de cerca de 10% dos postos da empresa. As demissões de aeroviários com menos de um ano de admissão não precisam ser homologadas pela entidade, o que significa que o número de demitidos é ainda maior.

A empresa argumenta aos trabalhadores que precisa reduzir despesas. O Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre acompanha a situação dos funcionários demitidos, prestando assistência jurídica. A entidade entende que a justificativa da TAP ME é contraditória, uma vez que grande parte dos demitidos recebiam salários baixos e, ao mesmo que demite contrata outros trabalhadores, demonstrando total falta de planejamento.

Para o Sindicato, a TAP ME é mal administrada desde 2007 e sua crise financeira está relacionada à problemas de gestão. A falta de critérios nas demissões corrobora essa afirmação.

O Sindicato também questiona porque o grupo TAP, em Portugal, não fiscaliza a subsidiária, uma vez que há várias denúncias feitas pela entidade que comprovam que os recursos enviados de Portugal são mal geridos no Brasil. Dentre essas denúncias estão o pagamento de salários acima do mercado para gestores e gerentes, uso de e-mails corporativos para extensos diálogos pessoais em horário de expediente entre gerentes e funcionários (que levaram a demissão de uma funcionária há alguns meses), assédio moral, racismo, gastos excessivos com viagens (incluindo diárias em hotéis), promoções realizadas por amizade e não por critérios profissionais.

Entre os trabalhadores, a credibilidade da empresa e a atuação do setor de Recursos Humanos tem sido muito questionada, e o clima é de desânimo e frustração.

O Sindicato denuncia ainda o sucateamento da TAP ME, em maquinário, ferramentas e em capital humano.

Um exemplo disso são as demissões de aeroviários que atuam na limpeza técnica e pintura de aeronaves, para serem substituídos por trabalhadores terceirizados ligados à BenLog, o que precarizaria as condições de trabalho e salários, e seria irregular uma vez que as funções estão relacionadas à atividade fim da empresa.

Há poucos dias, a TAP ME contratou 12 aeroviários da BenLog para um serviço de limpeza e pintura de aeronaves, que está relacionado à sua atividade-fim, por apenas um turno de trabalho, o que é totalmente irregular, destaca o Sindicato. Além disso vem ampliando as terceirizações. O Sindicato já denunciou a situação ao Ministério Público do Trabalho de Brasília.

Na base do Rio de Janeiro, a TAP ME também vem terceirizando muitos postos de trabalho em atividades-fim.

O governo português deveria fiscalizar a TAP ME Brasil para evitar o aumento do passivo trabalhista.

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