Sindicato – Como o Sr. vê o papel dos sindicatos na criação da Anac, desmilitarizando as funções que antes eram realizadas pelo DAC?
Milton Zuanazzi – Os
Sindicatos representantes dos trabalhadores e das empresas aéreas
tiveram um papel muito importante na criação da ANAC. Há muito estas
entidades compreendiam que as atividades da aviação civil tendiam a um
aumento da concorrência num ambiente regulado, porém de liberdade de
disputa pelo mercado e, nesse sentido, necessitando de um organismo
capaz de responder rapidamente essas demandas.
S – Na sua opinião, qual o papel dos aeroviários na superação da crise do setor, nos aeroportos e nas companhias?
MZ – Esta
crise, em minha humilde opinião, tem motivos claros. Trata-se de um
movimento reivindicatório dos controladores de vôo que eclodiu após o
trágico acidente de 29 de setembro, aliados a problemas na
infra-estrutura aeroportuária dos terminais de São Paulo e as malhas
aéreas que estão muito integradas, fazendo com que um problema que
acontece num local, reflita-se em todo o país, em efeito dominó. Penso
que estes fatos, novos na aviação brasileira, de certa forma, pegou a
todos de surpresa, em especial os trabalhadores aeroviários e
aeronautas, que necessitaram adaptar-se rapidamente a essa nova
situação. Dessa forma a melhor ajuda que os trabalhadores têm a dar
nesse momento é compreender exatamente o que está acontecendo e
dedicar-se com todo afinco para que diminuamos ao máximo os transtornos
aos usuários.
S – Que mensagem o Sr. trasmitiria aos aeroviários em homenagem ao dia da categoria, comemorado nesta sexta-feira (22/6)?
MZ – Desejo
a todos os aeroviários que continuem a prestar com qualidade os grandes
préstimos que vem dando a aviação civil e ao Brasil. Que esse dia seja
de reflexão, mas também de comemoração para todos os aeroviários.
S – O que o Sr. destacaria, dentre as ações da Anac, em prol da melhoria das condições de trabalho e emprego dos aeroviários?
MZ – A
Anac está propondo uma grande atualização de todo o marco regulatório
do setor através de uma Lei Geral da Aviação Civil, onde as relações de
trabalho e com os usuários, seja modernizada de acordo com as demandas
do futuro que vislumbramos. É muito importante que a aviação continue
crescendo, mas sem perder os aspectos fundamentais da segurança
operacional, onde trabalhadores e seus equipamentos estejam de acordo
com essas necessidades.
Por: Assessoria de Comunicação do Sindicato
Fotos: ABr e divulgação Anac