Maturidade dos sindicatos contrasta com imposturas da TGV /APVar

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Três propostas de plano de recuperação foram apresentadas na assembléia, marcada pela guerra de liminares e truculência imposta pela APVar e TGV, que chegaram a ameaçar de prisão a presidente do Sindicato Nacional de Aeronautas, Graziella Baggio, o administrador judicial da Varig, João Cysneiros Vianna, e o secretário da mesa dos trabalhos, Dr. Tostes. Os advogados recusaram-se a cumprir parte da decisão da Justiça do Trabalho sobre a representação dos trabalhadores e defenderam as determinações da 8ª Vara Empresarial da Justiça do Rio, que garantiram representatividade dos sindicatos por suas direções durante a assembléia.

A Varig apresentou seu plano, elaborado pela Lufthansa Consulting e UBS, que prevê a venda da VarigLog, cuja intenção do fundo americano Matlin Patterson Global Advisers foi novamente confirmada, e a demissão de 13% dos funcionários. Também reapresentou a proposta de investimentos da companhia aérea estatal portuguesa TAP, que em documento declarou-se “interessada em participar do capital da Varig” e preparada para fazer o aporte de capital necessário à implementação da sua reestruturação.

A proposta defendida pelo TGV (uma empresa privada constituída exclusivamente para obter participação como acionista da Varig) foi apresentada pelo consultor Bruno Rocha, da GGR Finance. Rocha chamou de “nazista” a proposta da Lufthansa, o que levou o presidente da Varig, Omar Carneiro da Cunha, a retirar-se da assembléia consternado. Cunha classificou como molecagem à declaração e foi apoiado por todos os presentes na assembléia, que se solidarizaram com ele, independentemente do plano apresentado pela Varig, durante a crise gerada com o comentário.

A APVar e a TGV, durante toda a assembléia, demonstraram incapacidade em representar os funcionários da Varig, negaram-se a explicitar os investidores de sua proposta, frágil e perigosa, alegando confidencialidade.

A terceira proposta foi apresentada pelo empresário Nelson Tanure, do grupo Docas. O plano, que tem o apoio dos sindicatos, é o único que compromete-se com a manutenção dos empregos e as empresas no grupo. O plano é visto também pelos dirigentes sindicais, que reuniram-se com diversos investidores, como o mais concreto, pois dá nome aos interessados, demonstra os caminhos da recuperação, garante os investimentos e não propõe a troca de direitos trabalhistas, como quer a TGV. Sobre este aspecto, o próprio Odilon Junqueira, presidente do Aerus, lembrou que a Constituição proíbe expressamente a troca de créditos previdenciários por ações, desqualificando a proposta das associações, que resultaria na falência da Varig, ou no fim do Aerus.

Para os sindicatos e a Fentac/CUT, entretanto, nenhuma proposta é mais qualificada que o Plano de Reestruturação do Setor Aéreo (PReSA), que vem sendo defendido pelos trabalhadores junto ao governo e à companhia desde o ano passado. O PReSA, se tivesse apoio do governo, seria concretamente a melhor saída para a crise da Varig, foi apoiado por membros de seu conselho e curadores, mas depende de uma série de ações do governo federal, que até o momento não acenou a implementação de nenhuma medida proposta. Apesar da iminência de uma decisão da assembléia, os sindicatos continuam negociando com os ministérios da Defesa, Trabalho e Fazenda, assim como buscando um diálogo com o presidente Lula, em defesa de uma saída para a Varig, na esperança de sensibilizá-lo para somar esforços com os trabalhadores.

A eleição do representante dos trabalhadores no Comitê de Credores e a decisão sobre a venda da VarigLog foram adiadas para 19 de outubro, quando será realizado novo encontro, dando continuidade à assembléia. A guerrilha jurídica promovida pela empresa TGV e a APVar, que insistem em impor uma legitimidade ilegal aos seu membros, pode ter fim no próximo dia 19 de Outubro, em assembléia que ocorrerá na Fundação Rubem Berta.

Comparação entre os planos:

 

Presa

Docas

Apoiado pelos
sindicatos

Varig

APVar/TGV

Manutenção
dos empregos

SIM

SIM

Redução de
13% na folha

Incerto

Manutenção
do AERUS

SIM

SIM

SIM

NÃO

Manutenção
do Grupo Varig

SIM

SIM

Venda da VarigLog
e de outros ativos
 para fazer caixa

SIM

Manutenção
dos Créditos
Trabalhistas

SIM

SIM

opção por ações

SIM

Mas não reconhece
todo o crédito

NÃO

Obrigatória troca de
passivo trabalhista
e previdenciário
por ações

Participação
do Governo

Fundamental

Importante

Necessária

Necessária

Origem do
Investimento

Finaciamento do

BNDES

Docas S.A.

Venda de
ativos

Não
Divulgado

 

Por: Assessoria de Imprensa da Fentac/CUT

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