Em 1985, durante o processo de redemocratização do País, o Sindicato foi fundado. Mesmo ano em que o Brasil elegeu, através do Congresso, seu primeiro presidente pós-Ditadura, Tancredo Neves, que morreu após a eleição, assumindo o vice, José Sarney.
Neste período, os aeroviários participaram da campanha pelas Diretas Já. Em 1988, foi promulgada a nova Constituição do Brasil. Em 1989, ocorreu um dos fatos mais importantes do último século: a queda do muro de Berlim, que mais tarde resultaria no fim da União Soviética. Também em 1989, o companheiro sindicalista do ABC, Luis Inácio Lula da Silva, perdeu a eleição para Collor de Mello. Depois, com o impeachment de Collor em 1992, Itamar Franco assumiu a presidência, até a eleição de FHC em 1994. O primeiro clone de um ser vivo, uma ovelha, divulgado por cientistas, foi produzido na Escócia em 1999, um ano antes do assustador Bug do Milênio, em 2000.
Os aeroviários estiveram atuantes durante todo o período na construção de um Sindicato que respondesse às necessidades da categoria, em Porto Alegre e outras cidades do RS. Assim, os trabalhadores puderam lutar de forma organizada nos momentos de grande pressão no setor, como a falência da Transbrasil, que parou de voar em dezembro de 2001, as crises internacionais (epidemias e terrorismo) e, mais recentemente, a intervenção na Vasp e a crise financeira da Varig, que pode inviabilizar a operação das empresas do grupo se uma saída não for constituída em breve. O Sindicato foi contrário à proposta de fusão da Varig e TAM, em 2003, e esta foi uma luta vitoriosa para os trabalhadores.
Mas porque constituir um Sindicato em Porto Alegre? Na década de 80, época das históricas greves do ABC Paulista, toda a direção do Sindicato Nacional de Aeroviários era oriunda dos antigos interventores dos anos da Ditadura. Os trabalhadores aeroviários de Porto Alegre não sentiam-se representados por aqueles sindicalistas. Assim, os precursores do movimento, que deu origem à Associação Profissional dos Trabalhadores Aeroviários de Porto Alegre, começaram a se organizar no início do ano 1985. Em 27 de maio do mesmo ano, foi fundada a associação, que posteriormente comandou a primeira greve da categoria no RS, em 1987.
Foi durante estas mobilizações que surgiu o “Café no Pátio”, reunindo os aeroviários nos pátios das companhias pela construção do movimento sindical e das campanhas salariais. Neste período, ocorreram as maiores conquistas do Sindicato, como o adicional noturno, as horas-extras, o anuênio, e a categoria passou a receber mais do que era previsto na CLT. E foi durante essa greve que todos os diretores da associação foram demitidos. Na mesma época, foi assinada, pelo então Ministro do Trabalho Almir Pazzianoto, a Carta Sindical da entidade. Os dirigentes conseguiram recuperar seus empregos judicialmente um ano depois. O espaço que hoje abriga a sede do Sindicato foi alugado em dezembro de 1985. A filiação à CUT aconteceu em 21 de setembro de 1989, e a luta conjunta das entidades tem sido de extrema importância na construção da unidade dos trabalhadores e na manutenção e ampliação das conquistas do movimento sindical.
De lá para cá, a cada ano, a comemoração do aniversário do Sindicato é esperada e cobrada pela categoria. O pão com salsichão e chopp à vontade foi o formato encontrado para a realização de uma festa popular que pudesse agregar um maior número de associados. As mudanças do cardápio nunca tiveram sucesso e o pão com salsichão passou a fazer parte obrigatória da comemoração. Nos últimos anos, com a criação do Projeto Barriga Cheia, organizado por aeroviários(as), passou a ser arrecadado 1 kg de alimento não perecível de cada participante no evento para doação a entidades assistenciais.
Por: Assessoria de Comunicação do Sindicato