Incompetência na gestão da TAP M&E e as velhas desculpas de sempre

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Foi nesse tom que a direção da empresa mais uma vez pediu o apoio e o sacrifício dos trabalhadores para enfrentar sua nova turbulência. E anunciou que pretende parcelar o pagamento do 13º salário e negociar diretamente com o Sindicato a campanha salarial em andamento. 

O Sindicato solicitou que a TAP M&E encaminhasse formalmente sua proposta de parcelamento do 13º. A entidade, que vem buscando há meses soluções para problemas graves na área de segurança, no refeitório, relacionados a assédio moral dentro da empresa, entre outros, ressaltou à direção da TAP M&E o quanto as falhas de gestão levaram os trabalhadores a ver com imenso descrédito esse tipo de pedido. 

A segurança e a saúde do trabalhador têm sido extremamente prejudicadas por posturas irresponsáveis de chefes e supervisores (que desconsideram inclusive as recomendações do SESMT), e pela cumplicidade da direção da empresa, omissa diante das denúncias. Ao considerar as condutas de assédio e racismo como erro leve cometido por cargos de chefia, o setor de Recursos Humanos compactua com essas práticas ilegais e desconsidera seu principal papel de atender os funcionários da empresa. Além disso, mostra sua falta de ética e de bom senso, e sua incapacidade em dar conta das demandas dos trabalhadores, cada vez mais agredidos e humilhados. 

“Colaborar” na TAP M&E virou opressão, exploração. A presidência parece ter alergia a trabalhador e só sabe repetir, com sua postura arbitrária, “que os descontentes devem ir embora”. Na hora de escrever o plano de carreira, ou mudar o plano de saúde, ninguém foi consultado. Agora, querem mais uma vez nossa compreensão. E chega a ser patético ouvir que quem procurou o RH conseguiu ser atendido pelo plano de saúde. A gerente deveria disponibilizar, então, um número 24 horas para atender os trabalhadores que precisam de serviço médico e não conseguem.

Diante desses problemas, o Sindicato concorda que a situação da TAP M&E é terrível, mas é a mesma de sempre, um pouco piorada, desde que a nova gestão assumiu, devido às extremas dificuldades vividas pelos funcionários, os salários baixos e a falta de perspectiva, que apenas foi confirmada nessa reunião. Afinal, uma empresa que não leva a sério os direitos dos funcionários e não os respeita não constrói um futuro promissor em nenhum lugar no mundo; só demonstra incompetência, e o final todos sabem qual será. Se a crise em Portugal é financeira; no Brasil, ela é gerencial.

Os temas discutidos e a resposta da empresa podem ser conferidos no quadro ao lado. Uma nova reunião ficou agendada para o dia 4 de novembro, para dar sequência a essas discussões. 

Plano de Carreira – A TAP M&E disse que este mês haverá algumas reclassificações. No dia 4, a empresa irá informar maiores detalhes sobre as promoções.

Plano de Saúde – A empresa afirmou que até esta sexta-feira (28/10) estará tudo regularizado e que os problemas pendentes devem ser informados ao setor de Recursos Humanos. O Sindicato insistiu para que os trabalhadores não paguem o plano este mês (não sejam descontados), uma vez que não puderam usufruir do serviço. A empresa ficou de averiguar isso com a Bradesco Saúde. Disse ainda que os aposentados e ex-funcionários desligados recentemente também vão ser migrados para a nova operadora.

Alimentação – A empresa irá romper o contrato com a Nutrin e diz que cansou de pedir melhorias na refeição servida no refeitório. A TAP M&E está fazendo um acordo com quatro restaurantes da região que irão atender os trabalhadores. A assessoria jurídica do Sindicato avalia a mudança.

Uniforme – A resposta à falta de uniformes ou à precariedade dos existentes foi que novas peças estão sendo confeccionadas. 

Assédio moral e racismo – O Sindicato comunicou a empresa que a omissão do setor de RH respalda as práticas criminosas cometidas na TAP M&E e que o caso de racismo será exposto aos demais sindicatos do Estado, ao Movimento Negro, aos movimentos sociais e autoridades, para que a        (cont.)empresa enfrente esse assunto com a importância devida. A empresa disse que irá promover reuniões com gerentes para reforçar suas diretrizes.

Descontos indevidos – A empresa diz que já está tudo resolvido e orienta quem ainda estiver com problemas a procurar o RH. O Sindicato ressaltou que muitos trabalhadores afirmam que vão ao RH e a empresa não acerta as contas na hora, apenas promete resolver dias e dias depois. Os descontos indevidos estão relacionados as contas de telefonia da Vivo, assistência odontológica e horas de trabalho.

Pensões alimentícias – A empresa diz que já resolveu e que o problema deveu-se à greve dos Correios e dos bancos.

Previdência Complementar –

A TAP M&E informou que protocolou, no dia 21 de outubro, na Superintendência Nacional de Previdência Complementar (Previc), em Brasília, a migração do plano da TAPMEPrev do Aerus para a Petros. A expectativa da empresa é que o plano entre em vigor a partir de 1º de janeiro de 2012.

Estacionamento – O Sindicato ressaltou que as mudanças no estacionamento prejudicaram o acesso de carros na entrada e saída da empresa e ampliaram os riscos de atropelamento de pedestres na via. A empresa ficou de analisar a situação e promover melhorias. 

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