O Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre integra o Fórum, que também é apoiado pela Fentac/CUT (Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil). O evento teve ampla participação dos dirigentes destas entidades e contou com a presença de representantes do Sindicato Nacional dos Aeronautas, que falaram sobre a aposentadoria especial para a categoria, e da assessoria jurídica do Sindicato dos Aeroviários de Guarulhos.
Ao longo do seminário, foram discutidos os números da Previdência, o impacto da aposentadoria na vida dos trabalhadores, os problemas enfrentados nas perícias médicas do INSS e as políticas que precisam ser defendidas visando uma aposentadoria justa para os brasileiros.
O senador Paulo Paim (PT-RS) participou do seminário e defendeu um regime de previdência universal. Para ele, o governo não tem motivo para negar aumento para os aposentados ou continuar com o fator previdenciário. “O trabalhador é o primo pobre da previdência, mas é o que mais contribui e paga”, disse o senador.
Ele ressaltou a emoção que sentiu ao ser homenageado na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro e encontrar cerca de 30 aposentados do Aerus com faixas estendidas agradecendo seu trabalho parlamentar, sem que ele tenha ainda conseguido uma solução para o caso.
O senador afirmou que é uma injustiça que a previdência, que foi superavitária no último ano, não pague reajuste digno aos aposentados. Ele comparou os números da previdência brasileira com os de diversos países e constatou que a arrecadação no Brasil é a campeã, chegando a cerca de 31% do salário. Paim declarou também seu compromisso irrestrito em derrubar o "maldito" fator previdenciário e comprometeu-se a levar para o Congresso a demanda de aposentadoria especial dos aeronautas.
Segundo o advogado previdenciário Antônio Rebouças, nos últimos 15 anos, bilhões de reais foram retirados dos trabalhadores através da perda de direitos e benefícios. "Só com o Fator Previdenciário a perda foi de 10 bilhões”, afirmou.
O presidente da CUT-RS, Celso Woyciechowski, lembrou as perdas que os trabalhadores enfrentaram na Previdência desde a Constituição de 88. "Estamos prestes a perder de novo com as propostas que o Ministério apresentou para acabar com o Fator Previdenciário. É um ataque feroz às nossas conquistas”, declarou. Para Woyciechowski, é fundamental produzir ações que não permitam que isso aconteça. “A classe trabalhadora precisa entender que a crise econômica não foi culpa dos trabalhadores, sejam eles americanos ou europeus”, disse. A CUT-RS propõe uma ação civil pública para garantir a irredutibilidade salarial para os aposentados.
O seminário, que contou com mais de 260 pessoas, teve o apoio do CEVS (Centro Estadual de Vigilância em Saúde). Após o evento, os participantes foram convidados para uma confraternização no Espaço Cultural 14 Bis, na sede do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre.
Também participaram do seminário os painelistas Eduardo Fagnani (Unicamp/Ipea), Altair Garcia (Dieese), Jurilza Maria Barros de Mendonça (INSS), Guiomar Vidor (CTB), Elaine Terezinha Dillemburg (Fetag e CTB), Vicente Selistre (CTB), Renato Correa (Força Sindical), Ricardo Teixeira do Valle Pereira (TRF), Alfredo Gonçalves (Stimepa e FSST) e Felipe Neri (Sintrajufe). (Com FSST e CUT-RS)