CUT e Fentac apoiam TAP/VEM na renegociação de sua dívida

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O encontro, a pedido dos sindicatos cutistas de aeroviários, contou com a presença do presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac/CUT), Celso Klafke, e do diretor Orisson Melo.

A TAP M&E Brasil possui uma dívida tributária na ordem de R$ 400 milhões. O objetivo da empresa é transformar essa dívida, ou parte dela, em prestação de serviço para o governo, especialmente à Força Aérea Brasileira (FAB). A empresa é a única no Brasil capacitada a atender todas as necessidades de manutenção de aeronaves da FAB.

A maior parte da dívida é herança dos tempos em que a VEM (hoje TAP) pertencia ao grupo Varig. Não é coincidência que outras empresas do grupo, como a VarigLog e a Sata, encontram-se em grave situação financeira.

Hoje, os 2.650 aeroviários da TAP concentram-se nas duas unidades da empresa no Rio de Janeiro e em Porto Alegre. A falta de Certidão Negativa de Débito (CND) impedirá a TAP M&E Brasil de renovar a maioria de seus contratos, especialmente com a FAB.  A direção da empresa alega não ter condições de liquidar sua dívida em um prazo de 180 meses, como permite o novo Refis, aprovado pela Câmara de deputados, no dia 25.

“A gente está aqui em busca da manutenção dos empregos”, disse Celso Klafke. A empresa tem investido pesado em cursos de qualificação para capacitar seus funcionários à manutenção de todas as famílias de aeronaves, incluindo Airbus, Boeing, Fokker e Embraer. Em 2008, afirma ter investido 200 mil homens-hora em treinamento.  E é com essa moeda – homens-hora – que a TAP quer pagar o governo, ao menos na quitação de parte de sua dívida. A FAB considerou, em documento, a TAP M&E Brasil uma empresa estratégica e, segundo os executivos, tem interesse no acordo.

A reunião visou mobilizar o presidente da CUT, Artur Henrique, para que abra canais de negociação junto a diferentes pastas do governo, em prol da construção do acordo. Artur ponderou que pelo menos parte de uma proposta de refinanciamento de dívida deveria ser feita em dinheiro, mesmo que outra fosse acordada em prestação de serviços ao governo. Os sindicalistas avaliam que seria necessária a edição de uma Medida Provisória para que o acordo fosse firmado. “Quanto custa ao Brasil fechar uma empresa com 2.600 funcionários”, questionou Artur, que já iniciou uma mediação do caso junto ao governo e comprometeu-se a estar presente na negociação a favor dos  trabalhadores.

 

 

Foto:Henrique Lessa 
 
 

 

 

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