A reunião foi marcada por atrasos
e tumultos, gerados pela tentativa de integrantes da TGV –
Trabalhadores do Grupo Varig de adiar a realização da assembléia.
Uma
liminar obtida pela TGV, obrigou todas as entidades sindicais a
realizar assembléias de última hora e obter um quórum mínimo para
validar sua posição na votação.
Somente o Sindicato dos
Aeroviários de Porto Alegre e o de Recife conseguiram realizar essas
Assembléias Gerais Extraordinárias com o quórum necessário e puderam
votar na AGC.
Em conjunto com a Fentac/CUT, todavia, todos os sindicatos optaram por reforçar sua unidade, através da abstenção.
Mesmo
assim, a proposta dos sindicatos de que os créditos trabalhistas fossem
pagos em até doze meses, conforme a lei, foi garantida.
O
texto foi aprovado por consenso entre os credores das classes II e III,
o que aponta a união dos credores em torno da proposta e um caminho
para a saída da crise da companhia.
O empenho do governo,
através dos credores estatais, na aprovação do plano, foi massivo, o
que reforça a possibilidade dos trabalhadores cobrarem uma postura
responsável do Executivo na recuperação de todo o setor.
A TGV
saiu derrotada da assembléia. Não conseguiu implementar seu projeto de
poder, não impediu o voto do Instituto Aerus e conquistou
definitivamente a rejeição de todos os credores presentes na AGC.
As
entidades sindicais e a Fentac/CUT seguem em estado de alerta,
acompanhando passo-a-passo as negociações da recuperação judicial, e
podem desencadear um novo movimento, se necessário, em defesa dos
trabalhadores.
Aerofolha 102