As ações da Gol despencaram quase 10% na Bovespa, após a divulgação do balanço da companhia aérea, com prejuízo de R$ 4,29 bilhões em 2015, o pior da sua história, devido ao câmbio e aumento de custos.
Contudo, a empresa vem tomando medidas que o ‘mercado’ considera adequadas, como a renegociação de dívidas e a projeção de uma redução entre 15% a 18% no volume de decolagens e no total de assentos ofertados este ano. Além disso, mesmo com a baixa nas ações, os papéis da Gol acumularam alta de 28% em março e 17,5% neste ano. Ou seja, não há expectativa de falência, mas de uma retração para superar o período de crise.
O Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre avalia que, superada a crise no país, a expectativa é de que o setor aéreo volte a crescer, pois essa tem sido a tendência ao longo dos últimos anos.
“A aviação é essencial ao mundo globalizado e continuará em expansão. Por outro lado, muitos países não possuem empresas fortes e, mesmo que possuam, cedo ou tarde uma companhia pode ser ‘engolida’ por outra, e isso faz parte da história desse mercado, inclusive no Brasil”, comenta a direção sindical.
A entidade ressalta que os trabalhadores não devem se amedrontar diante da crise ou do fantasma das demissões, pois o setor vai acabar se recuperando e absorvendo a mão-de-obra existente, além de abrir novos postos de trabalho.
“É uma pena que, quando a empresa começa a dar prejuízo, as demissões estão sempre situadas nos salários entre mil a dois mil reais, sendo que o problema geralmente está na má gestão, justo onde escondem-se os maiores salários e onde estão os intocáveis, que não são demitidos”.
O Sindicato está atento à situação financeira da Gol e ao cumprimento das leis trabalhistas pela companhia.
PERICULOSIDADE – O Sindicato ressalta que a fase onde poderia ser negociado um acordo entre trabalhadores e Gol sobre o adicional de periculosidade ou insalubridade já passou. Além disso, o Sindicato não faz acordo com nenhuma empresa sem antes consultar a categoria através de assembleia.