CAMPANHA SALARIAL
Os sindicatos de aeroviários e aeronautas e a Fentac iniciam a campanha salarial unificada com novas estratégias para enfrentar a intransigência das empresas aéreas.
Apesar do crescimento expressivo na demanda por transporte aéreo no Brasil, na última década, as empresas não têm reconhecido o esforço dos trabalhadores e todos os anos dificultam um bom andamento das negociações para evitar um aumento real nos salários, a criação de pisos, a ampliação de direitos sociais. Isso tem levado ao descumprimento da data-base das categorias, em 1º de dezembro. A campanha do ano passado, por exemplo, se arrastou até meados desse ano para os aeroviários e não houve aumento real para a categoria.
A perspectiva deste ano, em relação ao comportamento das empresas, não é diferente, apesar dos rendimentos obtidos pelas aéreas com a Copa do Mundo. As empresas também não contrataram durante a Copa, pelo contrário, vêm reduzindo a mão-de-obra e sobrecarregando seus funcionários, além de exigir cada vez mais produtividade, o que tem gerado graves problemas de saúde e sociais para os trabalhadores do setor aéreo e coloca em risco a segurança operacional. “Nada está garantido aos trabalhadores até que sejam encerradas as negociações, nem o reajuste da inflação, de forma que a campanha começa do zero. E é justamente no zero que as empresas sempre querem ficar. Aumento real só com muita mobilização”, explica a direção do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre.
Para enfrentar a ganância e intransigência das empresas, os sindicatos convocam os trabalhadores a mobilizarem-se desde já, participando das atividades da campanha, dialogando com os colegas, informando-se junto ao seu sindicato.
Este ano, os sindicatos vão lutar para que as negociações se encerrem antes da data-base, ou vão levar o caso para o dissídio na Justiça. O objetivo é buscar uma alternativa à greve, para evitar prejuízos aos passageiros, desgaste junto à opinião pública e estresse para os trabalhadores no período de alta temporada. Atos e protestos nos aeroportos, no entanto, devem e precisam acontecer com ampla participação dos trabalhadores. Para valorizar as categorias, os sindicatos também estão esclarecendo aos passageiros qual o papel de cada função no aeroporto. Os sindicatos também estão deixando a Justiça, desde já, a par de todo o processo negocial com as empresas aéreas.
As datas das rodadas de negociação com o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA) são 6, 13, 18 e 27 de novembro. No dia 6, as empresas devem apresentar sua contraproposta à pauta de reivindicações dos trabalhadores. No dia 18, serão debatidas as reivindicações relacionadas às cláusulas sociais e, no dia 27, às cláusulas econômicas.
Além de aumento de 11%, os aeroviários lutam pela criação do piso de Agente de check-in no valor de R$ 1.400,00. O piso visa regularizar a situação salarial do aeroviário que atua nessa função no país, estabelecendo o mínimo que ele deve receber como salário. Para fortalecer essa reivindicação, os sindicatos estão realizando um abaixo-assinado, em todas as empresas aéreas, junto aos trabalhadores do check-in.