Editorial: Mobilização é o caminho para reverter a precarização nas Auxiliares

0

Hoje, no Brasil, cerca de 12 milhões de trabalhadores atuam em empresas terceirizadas. Isso representa 20% da população ativa brasileira.

A terceirização existe para as empresas reduzirem custos através da contratação de outras empresas que atuam em áreas que não são sua atividade-fim, como segurança patrimonial e limpeza, mas o fato é que as terceirizações têm precarizado as condições de trabalho e retirado direitos dos trabalhadores.

O Sindicato entende que o sistema aeroportuário é complexo e exige capacitação específica, uma vez que apresenta vários riscos. Limpar uma aeronave pode resultar na queda de um trabalhador, por exemplo. Atender passageiros no Raio X do embarque implica em regras específicas de segurança. Por isso, esses trabalhadores não são seguranças ou profissionais de limpeza, mas aeroviários. Porque tudo no aeroporto e nas companhias é atividade-fim executada por aeroviários, aeronautas ou aeroportuários.

Assim, o Sindicato reafirma que os trabalhadores que atuam nas empresas Auxiliares são aeroviários. E para que os direitos dos aeroviários sejam reconhecidos por essas empresas é preciso que todos se unam, junto com o Sindicato, na luta por uma Convenção Coletiva de Trabalho com o sindicato patronal das Auxiliares. O Sineata se nega a reconhecer o Sindicato como representante dos trabalhadores para evitar a qualquer custo firmar a CCT.

As Auxiliares, como a VitSolo, Swissport e AirSpecial, também se negam a reconhecer a profissão dos seus funcionários, por que não querem cumprir os direitos específicos dos aeroviários. Pela mesma razão, elas não querem que seus funcionários se aproximem do Sindicato, e usam meios como coação, ameaça, assédio com o intuito de enfraquecer a relação entre o Sindicato e a categoria.

A Justiça e o Ministério Público já confirmaram a representatividade do Sindicato e a nossa profissão, mas não conseguem fazer cumprir nossos direitos. O Sindicato está encaminhando denúncia ao Ministério Público em Brasília, mas sabe que é preciso virar esse jogo com mobilização. O Sindicato defende a criação de uma CCT com o Sineata, assim como a incorporação dos trabalhadores terceirizados nas aéreas, para que tenham os mesmos direitos que os demais, a exemplo do que fez a TAM.

Share.

Comments are closed.