Em assembleia realizada no dia 5, os aeroviários de Porto Alegre decidiram pela rejeição da proposta da Azul de redução de salários dos aeroviários que vieram da Trip. Foram 53 votos contrários à proposta da companhia contra 51 votos a favor do acordo.
O Sindicato alertou à categoria sobre os riscos da aprovação do acordo, uma vez que a redução de salários não é sequer aceita pela legislação trabalhista e um acordo abriria um precedente muito ruim para todos os aeroviários em todas as empresas do setor.
A decisão coube à categoria e não foi motivo de comemoração para ninguém, pois todos seguem preocupados com os nove colegas da Trip, na expectativa de que a companhia mantenha seus empregos.
O clima da assembleia foi muito ruim, pois a empresa, ao propor a redução de salários (com o argumento de que estaria estendendo o adicional de periculosidade a todos e que isso era um ganho), colocou seus funcionários numa situação de constrangimento e apreensão, relatam os sindicalistas.
Quem compra uma empresa deve estar preparado para cumprir a legislação, ressalta a direção do Sindicato, sobre a aquisição da Trip pela Azul. A companhia gerou a discussão salarial, pela necessidade de equiparar salários e benefícios para mesmas funções, quando apenas deveria ter feito isso como manda a lei.
“Esperamos que esses nove trabalhadores tenham seus empregos preservados, porque essas pessoas não tem culpa nenhuma de terem sido colocadas nessa situação. O Sindicato, no entanto, precisa cumprir seu papel de defender os interesses e os direitos da categoria, da maioria. Em nenhum momento a entidade se viu vitoriosa nesse processo, mas sim constrangida, como ficaram também os trabalhadores. A Azul não precisava fazer isso.”, comentaram os sindicalistas. Sem acordo, a Azul deve equiparar os salários dos mecânicos da companhia aos praticados na Trip. Além disso, deve também garantir o adicional a todos.