Representantes do Sindicato e trabalhadores de alguns setores da TAP M&E Brasil reuniram-se com a direção da empresa, no dia 19, em Porto Alegre, para debater as reivindicações de todos os funcionários e cobrar melhorias nas condições de trabalho.
Participaram da reunião a vice-presidente de Finanças, Gláucia Loureiro, ao lado do Eng. Valter (vice-presidente de Logística da TAP em Portugal) e da gerente Rita, do RH.
Os trabalhadores que participaram da reunião, ao lado dos sindicalistas, puderam relatar os problemas dos setores, presenciar a forma como essas reuniões acontecem, e demonstraram a consciência que vem unindo e mobilizando todos os funcionários por um mesmo objetivo.
A principal reivindicação dos aeroviários é um aumento salarial que reponha perdas e valorize os trabalhadores. Ao longo dos últimos sete anos, a atual direção da TAP M&E não conseguiu implementar praticamente nenhuma melhoria salarial ou nas condições de trabalho. O plano de carreira decepcionou os trabalhadores, pois somente o alto escalão tem conseguido promoções na empresa, e o achatamento salarial decorrente dessa omissão tem gerado um clima de desânimo e frustração muito grande.
O Sindicato defendeu aumento de 12% para todos os funcionários (a ser somado ao reajuste que vier a ser obtido junto ao SNEA), a manutenção do plano de saúde com a Unimed, o fim do assédio moral e um plano de carreira de verdade.
A empresa disse não ter condições de dar um aumento linear, mas comprometeu-se a manter a Unimed e a adiantar a primeira parcela do 13º salário para o dia 21 de novembro (o depósito da segunda parcela foi prometido para o dia 20 de dezembro). Também reverteu o cancelamento das férias dos trabalhadores na alta temporada. Todas as reivindicações também serão levadas para a direção da TAP M&E em Portugal, pelo Sr. Valter, em 28 de novembro. O diretor prometeu uma resposta ao Sindicato no dia 29.
Antes da reunião, os trabalhadores do Hangar 4 realizaram nova paralisação, para debater a situação num café no pátio. A mobilização é forte em todos os setores. Os trabalhadores vêm realizando paralisações há semanas, e vão continuá-las até que haja avanço nas negociações com a empresa. No Rio de Janeiro, os aeroviários também estão mobilizados e denunciam a terceirização no setor de pintura e sobrecarga de trabalho. A previsão é de paralisações diárias na TAP em ambas as bases, com o apoio do Sindicato em POA e do Simarj, até que as mudanças aconteçam a favor dos trabalhadores.
Abuso descarado
O assédio na TAP M&E é tão grande e totalmente consentido pela empresa que uma chefia foi capaz de tirar as calças e virar de costas, desnuda, diante de um trabalhador. A situação é de uma agressividade e falta total de respeito e limite que chegou a esse ponto: às raias da loucura.
O que pode fazer trabalhador agredido dessa forma por um superior, numa empresa que não demite por justa causa um chefe que tem essa atitude? Somente mobilizados, denunciando constantemente essa situação, é que será possível revertê-la.