Editorial: Dia do Aeroviário propõe debate sobre direitos trabalhistas e terceirização

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Afirmar que a aviação é feita por quem trabalha em solo pode até soar equivocado para o leigo, mas é a realidade do que acontece nos aeroportos do mundo inteiro.

Quando se fala de aviação, com frequência lembra-se de pilotos e comissários, mas toda a estrutura por trás do momento do voo não ganha o devido destaque e importância merecido. O Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre vem neste editorial chamar atenção para esses trabalhadores.

Esses são os aeroviários, os responsáveis pela venda de passagens, pelo embarque dos passageiros, pela manutenção das aeronaves e pelo manuseio das bagagens. Mais do que isso, a segurança dos voos, assunto que preocupa tanto passageiros como trabalhadores do aeroporto, começa na mão dos profissionais aeroviários.

Esses trabalhadores, que garantem a manutenção das aeronaves, que recebem o público para as companhias aéreas, estão sob o risco constante de terceirização.

Para os mecânicos, este não é um tema novo. Agora, para trabalhadores do check-in, esta ameaça é mais recente. Empresas estão, aos poucos, introduzindo empresas terceirizadas neste setor, que, a bem da verdade, já sofre com baixas dado o uso dos aplicativos e de terminais de autoatendimento.

A terceirização é dona de características negativas de todos os ângulos sob os quais for observada. Se visto do prisma dos direitos trabalhistas, vemos empresas terceirizadas que atrasam salários, direitos e até somem do mapa. Do ponto de vista do serviço prestado por esses trabalhadores, vemos a menor exigência de experiência e formação por parte das empresas.

Neste Dia do Aeroviário, o Sindicato que representa esses trabalhadores em Porto Alegre pede atenção para toda a comunidade aeroportuária. Para as categorias da aviação, para os passageiros e para toda a sociedade civil, a terceirização de aeroviários teria um impacto profundo na segurança de voo e na qualidade dos serviços prestados.

Esta defesa não é em vão. Os aeroviários são um pilar da aviação. Esses trabalhadores são valiosos. E é através da união desses homens e mulheres que será possível evitar que esse plano de destruição seja concretizado.

Em um aeroporto como o Salgado Filho, que já foi casa de um grande polo de manutenção de aeronaves e berço de uma das maiores companhias aéreas da história do Brasil, a Varig, é preciso que haja resistência. Precisamos nos contrapor a movimento e que se prezar pela excelência e pela segurança de voo.

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