Nos últimos anos tivemos dois governos que caçaram os trabalhadores como se fossem seus inimigos. Michel Temer aprovou a Reforma Trabalhista, a Reforma da Previdência e a Terceirização, Jair Bolsonaro veio com a Nova Reforma Trabalhista, sua proposta de Carteira Verde e Amarela e uma consequente e ampla transformação dos trabalhadores em Pessoa Jurídica, a chamada pejotização.
Em suma, foram 6 anos em que o trabalho no Brasil empobreceu. O poder de compra dos brasileiros encurtou na mesma velocidade que seus direitos foram caindo da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT). Com a vergonhosa gestão federal durante a pandemia, houve quem foi ainda mais afetado e contou apenas com o auxílio emergencial, muitas vezes inefetivo.
Agora, com novos ares tomando a Praça dos Três Poderes, os objetivos da luta pelos trabalhadores também devem ser novos. O Governo de Lula dá sinais de que buscará reaver alguns dos direitos perdidos pela classe trabalhadora, sinaliza também com mudanças no imposto de renda, com mudanças nos pisos nacionais e dá outros acenos para as categorias que tanto foram prejudicadas nos últimos anos.
Se antes o Poder Público estava tomado por pessoas alinhadas com uma visão de mundo extremamente liberal, agora são os progressistas que estão ocupando espaços nas agências reguladoras, superintendências e demais órgãos que fiscalizam o trabalho. Porém, é preciso ir além. Para a direção do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre, é preciso que haja a inclusão de entidades representativas como sindicatos e federações no processo de tomada de decisões, facilitando o diálogo entre as categorias e o poder público.
Para a entidade, este é o momento de não arredar o pé e colocar nas mesas de negociação o que jamais deveria ter saído das Convenções Coletivas de Trabalho (CCTs) e da CLT. É o momento de buscar o fim para o caso Aerus, luta mais longa do setor aéreo. Os direitos dos trabalhadores devem voltar ao papel, deixando o lugar de serem uma lembrança do que um dia foram e voltando a ocupar um espaço no futuro de todos os brasileiros. Este Dia do Trabalhador deve ser celebrado pelo nosso futuro. Pelo direito de termos um futuro.