Greve parcial é vitoriosa e impulsiona nova audiência com o SNEA no TST

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Aeronautas e aeroviários realizaram greve, na manhã desta quarta-feira, das 6 às 8h, em doze aeroportos do país, como forma de pressionar as empresas aéreas a avançar nas negociações salariais. Em Porto Alegre, nenhum voo decolou nesse período. 

O movimento gerou diversos atrasos na malha aérea do país, num efeito em cascata. Há informações de que, dos 399 voos (pousos e decolagens domésticas e internacionais) previstos para acontecer naquele horário, 22% tiveram que ser cancelados e 48% sofreram atrasos.

Os sindicatos de aeroviários e o Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) ressaltam que todas as exigências legais foram cumpridas, inclusive a limitação de greve a 20% do efetivo, determinada em liminar despachada na tarde de terça-feira (2/2), pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST), a pedido do Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA).

Após a greve parcial, os aeronautas reuniram-se em assembleia, em várias bases (inclusive em Porto Alegre, na sede do Sindicato dos Aeroviários)e definiram suspender o movimento paredista até o dia 11 de fevereiro, quando termina o carnaval.

Todavia, o TST já se pronunciou novamente, convocando os sindicatos para audiência de conciliação com as empresas aéreas no dia 17 de fevereiro, em Brasília, às 9h. O objetivo seria viabilizar um acordo, para dar fim ao movimento de greve nos aeroportos.

Diante dessa convocação, o SNA está chamando uma nova assembleia com os aeronautas nesta sexta (dia 5), às 18h.

A direção do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre destaca a forte pressão do Judiciário e das empresas aéreas junto às entidades sindicais no intuito de impedir a greve e fazer calar a voz do trabalhador, com ameaças e definição de multas altíssimas. Outras categorias, bem mais essenciais à população em geral, como os peritos do INSS ou os rodoviários, por exemplo, apesar do enorme prejuízo causado à sociedade (pois a descontinuidade de serviços é sempre ruim para os usuários) não tiveram nenhuma liminar para impedi-los de realizar greve por quase um mês (no caso dos rodoviários de POA) ou mais de quatro meses (no caso dos médicos peritos). Por que os trabalhadores da aviação não podem exercer seu direito de greve sequer por um dia, quando somente uma parcela pequena da sociedade tem acesso ao transporte aéreo, é a pergunta que não quer calar. Será que a elite vale mais que o povo e que as empresas aéreas são melhor atendidas pela Justiça que outros setores, questiona o Sindicato.

A entidade seguirá na campanha de forma unificada, ao lado dos sindicatos de aeroviários, do SNA e da Fentac/CUT.

O Sindicato ressalta que, como em todas as campanhas salariais, as entidades vem envidando todos os esforços, desde setembro do ano passado, para renovar a Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) junto ao SNEA, garantindo a reposição integral da inflação e um ganho real para os trabalhadores.

Contudo, nenhuma das propostas do SNEA (que até janeiro oferecia nada, depois sugeriu um abono, e agora oferece reajuste parcelado, que ficará aquém da inflação do período mesmo que o número some 11% no final do escalonamento) atende às reinvidicações dos aeroviários e aeronautas.

O objetivo dos trabalhadores continua sendo garantir a reposição da inflação de dezembro/14 a dezembro/15, retroativa à data-base (1º/12).

“Seguiremos cumprindo a lei, mas não podemos nos calar à opressão econômica promovida pelas empresas. Vamos seguir lutando até o fim pelos direitos dos aeroviários a salários justos, melhores condições de trabalho e dignidade”, completa o Sindicato.

Além da Fentac/CUT e sindicatos cutistas, a campanha também reúne os sindicatos ligados à FNTTA, vinculada à Força Sindical, e todos estão unidos para garantir 11% de aumento retroativo à data-base, para todos os aeronautas e aeroviários do país.

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