Os médicos peritos do INSS já ultrapassam quatro meses de greve, prejudicando milhões de trabalhadores doentes ou idosos. Sem as perícias, os trabalhadores não conseguem obter o auxílio-doença, ingressar com pedido de aposentadoria, ou retornar ao trabalho.
No final do ano passado, houve reunião do Conselho de Previdência com a Gerência Executiva do INSS no RS, onde foi cobrada uma posição do órgão sobre a greve e a falta de atendimento à população.
O Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre questiona por que os trabalhadores da aviação, que atendem uma minoria da população, quando pensam em fazer greve são duramente ameaçados de multas altíssimas pela Justiça, enquanto os médicos peritos do INSS, que estão prejudicando milhões de trabalhadores, conseguem ficar parados por mais de quatro meses sem que nenhum juiz se manifeste a respeito.
O impasse entre o governo e os peritos prejudica gravemente os contribuintes do INSS, principalmente os que irão fazer sua primeira perícia para obter o benefício. O Ministério do Planejamento chegou a apresentar um proposta, mas ela foi recusada por 94% dos grevistas, via consulta online promovida pela Associação da categoria.
Cabe ressaltar que há decisão proferida em Ação Civil Pública que garante ao trabalhador o pagamento do benefício quando a espera pelo agendamento da perícia ultrapassar 45 dias. Se o INSS não cumprir essa decisão, o trabalhador pode ingressar com ação judicial para garantir o seu direito. A assessoria jurídica do Sindicato está à disposição dos aeroviários associados para ingressar com o processo, se houver interesse do trabalhador/a.