Diretores afastados invadem Sindicato, assustam funcionários/as e levam carimbos e documentos
EDITORIAL
O Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre realiza eleições para a escolha da direção da entidade para o mandato de 2015 a 2018, de 11 a 13 de agosto, já tendo sido eleita a comissão eleitoral que será responsável pela coordenação do pleito.
Como acontece em outras categorias, há momentos em que se constrói uma unidade entre aqueles que desejam compor a diretoria, levando à formação de uma chapa única para concorrer as eleições. O contrário também pode acontecer, com mais de uma chapa disputando o pleito.
Durante muito tempo, o Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre conseguiu compor essa chapa única, mas tudo indica que, este ano, haverá mais de uma chapa na disputa.
Diante desse cenário, o respeito ao Sindicato e sua história em defesa dos direitos dos aeroviários, assim como à lisura e transparência no processo eleitoral são essenciais, tanto para aqueles que disputam como “situação” (representando uma continuidade da atual direção) quanto para os que querem mudar a diretoria e a condução política da entidade.
Ressalta-se ainda a importância de se preservar o patrimônio constituído pelos trabalhadores, que contribuem desde a fundação do Sindicato com o sustento de suas atividades, e a integridade física tanto dos espaços quanto das pessoas que circulam na sede do Sindicato.
Disputas e divergências são normais e fazem parte do processo democrático. Já a disseminação de boatos caluniosos, a mentira contada inúmeras vezes para “virar” verdade, ou o uso de violência física ou verbal para “conquistar” eleitores devem ser rechaçados.
Foi isso que aconteceu no dia 21 de maio, uma semana antes da festa de 30 anos do Sindicato. Um grupo de diretores sindicais afastados, que hoje se coloca como oposição, invadiu a sede do Sindicato para forçar o recebimento de fichas de sindicalização, sem a presença dos trabalhadores interessados em filiarem-se. Essas pessoas constrangeram os funcionários na sede, dentre eles uma secretária que está grávida, invadiram a Secretaria, mexeram em documentos, danificaram uma porta, e tanto papéis como carimbos foram perdidos.
A entrada desses diretores afastados “na base da força” levou o Sindicato a ter que contratar um vigilante privado para garantir a segurança tanto do patrimônio quanto das pessoas que circulam na sede, gerando um custo desnecessário para todos.
O Sindicato foi informado que os mesmos ex-diretores que invadiram a sede estão afirmando que as funcionárias foram trancadas em uma sala, quando, na verdade, a porta foi fechada diante da situação de violência e coação promovida por eles, que vestiam uniformes da TAP ME e da TAM e filmaram sua própria invasão.
Esses diretores foram afastados porque suas posturas não correspondiam ao que a Executiva do Sindicato entende como correto. Um dos diretores afastados, por exemplo, tinha um cargo na Executiva estadual da CUT, para representar os trabalhadores no tema de Raça e Etnia, mas não participava das reuniões ou encaminhava qualquer iniciativa pela pasta. Como diretor jurídico do Sindicato, faltou a audiências, levando a entidade a perder quatro processos, situação inédita até aquele momento.
Outro diretor afastado usou a entidade para receber equiparação salarial e não aparecia nem na empresa para trabalhar, nem nas reuniões do Sindicato, apesar de estar liberado para essa atuação.
O terceiro diretor afastado que participou da invasão recentemente apareceu em matéria da TV aberta portuguesa afirmando que a população daquele país, ao pagar seus impostos, sustenta os trabalhadores da TAP ME Brasil, colocando em risco nossos empregos aqui.
Ao longo desses trinta anos de trajetória do Sindicato, houve muita luta, mas sempre em defesa do trabalhador e nunca em benefício próprio de ninguém que participasse da direção da entidade. Esse ato e qualquer outro que venha a ocorrer com essas características de violência e falta de respeito a toda essa trajetória será firmemente combatido pela entidade, pois o Sindicato não serve a nenhum partido, nem é espaço para vantagens pessoais.
Além da lisura no pleito ser garantida pela comissão eleitoral já constituída, nosso processo está sendo acompanhado pelas entidades sindicais que representam aeroviários, aeronautas e aeroportuários em nosso país, incluindo centrais, federações, confederações de trabalhadores.
O Sindicato é de todos os aeroviários/as, mas ninguém pode entrar em nossa entidade com o “pé na porta” como querem esses ex-diretores. A filiação é um direito do trabalhador, mas ele próprio deve exercê-lo, vindo pessoalmente à entidade, para evitar que, em meio a esse processo eleitoral, haja fraude em benefício de um grupo que, pela falta de argumentos, opta por usar a violência para fazer valer sua vontade.
Ao longo desses trinta anos, nos forjamos na luta e conquistamos direitos para nossa categoria, mas sempre seguindo um caminho pacífico, honesto, coerente, democrático, encontrando nas palavras e nas ações a nossa força.
A direção do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre não admite que essa truculência continue e está tomando todas as medidas cabíveis para evitar novos episódios violentos. (VEJA O BOLETIM DE OCORRÊNCIA)
Tanto a direção atual do Sindicato quanto a comissão eleitoral trabalham com total independência e correção, a fim de garantir uma eleição justa e democrática, que é o que merece e espera o trabalhador/a aeroviário gaúcho.
Convidamos a todos a participar desse processo eleitoral, e pedimos que fiquem atentos aos fatos e boatos dessa eleição, para que haja lucidez e uma reflexão crítica e verdadeira, a fim de que a categoria continue tendo um sindicato forte e combativo, que orgulha a todos os aeroviários do país.