Milhares de manifestantes foram às ruas no último domingo (15/3) para demonstrar sua insatisfação com o governo Dilma Rousseff, com o aumento da inflação, com a corrupção, e defender a Petrobras.
O Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre apoia as manifestações do dia 15, realizadas também na capital gaúcha. A direção da entidade entende que é preciso mais diálogo do governo com os trabalhadores, principalmente em relação às questões trabalhistas, onde houve retrocesso devido às Medidas Provisórias (MPs) que alteraram as regras do seguro desemprego, da aposentadoria, das pensões por morte, do benefício para quem sofre acidente de trabalho, todas implementadas como parte do ajuste fiscal. “Esse governo que se diz dos trabalhadores fez reformas que atingem diretamente a classe, e o povo tem que ir pra rua”, afirmam os sindicalistas.
Segundo a CartaCapital, em todas as capitais do país houve protesto no dia 15, exceto em Palmas, no Tocantins. Outras 125 cidades também participaram. A soma de todos que foram as ruas é estimada entre 877 mil a 1,7 milhão de pessoas. Isto porque a Polícia Militar contabilizou 1 milhão de pessoas na Av. Paulista, em São Paulo; enquanto o DataFolha, 210 mil. Independente dessa divergência, o último domingo entra para a história do país, lembrando outros momentos de extrema relevância num passado recente: o ato pelas Diretas Já e as passeatas pelo impeachment do presidente Fernando Collor de Mello.
A quantidade gigantesca de pessoas que saíram às ruas no domingo, expressando a rejeição cada vez maior ao governo da presidente Dilma Rousseff, levou ao pronunciamento de dois ministros naquela noite, cujas palavras foram acompanhadas por mais panelaços pelo país. O governo faz sua autocrítica, explica suas ações, promete um pacote de medidas anticorrupção para os próximos dias. Faz também uma exaltação à democracia que permite que essas manifestações aconteçam no Brasil de hoje.
“O que fica muito claro de tudo isso é que o governo não pode trair o trabalhador, retirando direitos trabalhistas, fazendo um governo diferente do que foi proposto em campanha”, ressalta a direção do Sindicato. “A impunidade no Brasil, que permeia todas as camadas sociais, incluindo os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, precisa ser superada”, completa.
“A desaceleração da economia, o aumento da gasolina, dos impostos, da inflação afetam a todos, de todas as classes, e o mais pobre é sempre o mais prejudicado”, explicam os sindicalistas. “Os milhares que foram as ruas e o povo que é penalizado em silêncio precisam ter sua voz levada em conta não só pelo governo, mas por todos os poderes da República”, afirmam.