O plano de saúde subsidiado e a ampliação da cesta básica, ambos na TAP, foram as únicas conquistas do último período que resultaram em ganho real para o aeroviário. A avaliação é da direção do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre, após discussão interna sobre a campanha salarial 2014.
Os avanços na TAP foram de fato sentidos no bolso do trabalhador, que viu sua renda aumentar com esses benefícios. Já os aumentos acima da inflação conquistados nas campanhas salariais, por terem sido baixos, não tiveram um impacto perceptível sobre os salários.
Os sindicalistas apontam que, se na TAP houve manifestações, protestos, enfrentamentos que resultaram inclusive em demissões e que levaram a essas conquistas, durante as últimas campanhas salariais, a mobilização de aeroviários e aeronautas foi fraca, devido à postura pelega de sindicatos e federações, e as negociações com os patrões pouco avançaram.
Na última década, o governo federal sucateou o setor, e a Anac não cumpriu seu papel na fiscalização, pois virou um cabide de emprego de pessoas “companheiras de partido” sem conhecimento técnico.
Alguns sindicatos de aeroviários e federações chegaram a destacar a ampliação da licença maternidade como uma importante conquista deste ano, mas apesar da sua relevância, ela não se reflete no bolso do trabalhador. Num ano da Copa do Mundo e eleições gerais, não se falou em greve na aviação, porque muitos sindicalistas queriam evitar desgaste para o governo que se diz dos trabalhadores. É de se estranhar que ex-sindicalistas também tenham virado assessores em entidades sindicais.
A expectativa do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre é que essa situação seja superada na nova campanha, e que os sindicatos e federações entrem de fato na briga por melhores condições de trabalho e salários para os aeroviários. As empresas seguem lucrando muito, e mesmo assim demitem. Os aeroviários precisam se unir para recuperar os salários e condições de trabalho adequadas. A saúde e segurança do trabalhador não podem ficar em último plano. A sobrecarga, os desvios de função, o assédio moral, a falta de plano de carreira efetivo, ou de equipamentos e treinamento precisam ser superadas. Sindicalistas têm que defender os trabalhadores e não partidos e governos.
Nesse cenário, qualquer avanço nas negociações com as empresas, depende sobremaneira da capacidade dos dirigentes sindicais de mobilizarem-se, unindo trabalhadores das aéreas e das auxiliares para exigir o cumprimento da CLT e da CCT, reajuste digno, uma CCT para as auxiliares, entre outros desafios.
Esse ano, queremos sindicatos comprometidos com a luta da categoria, queremos mobilizar os aeroviários do Aeroporto Salgado Filho para avançar em novas conquistas, pois sem luta, sem mobilização, as empresas entenderão que podem explorar ainda mais o trabalhador e mesmo os direitos já conquistados estarão em risco. O Sindicato está se preparando para a nova campanha com um espírito de enfrentamento às empresas e de unidade com os sindicatos combativos.
Sua participação é fundamental nesse processo.
