A greve dos pilotos da companhia aérea TAP, em Portugal, trouxe à tona, novamente, o debate sobre a gestão do grupo português, incluindo sua subsidiária TAP ME Brasil.
De acordo com o Relatório de Gestão e Demonstrações Financeiras do grupo, do 1º semestre de 2013, dentre os processos judiciais contra a TAP ME Brasil, há duas ações trabalhistas envolvendo o Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre, calculadas em 76,5 milhões de euros. As informações, no entanto, são inverídicas, afirma o Sindicato.
As ações trabalhistas incluem o FGTS não depositado pela VEM (antiga Varig Engenharia e Manutenção), entre 2002 e 2004, e o adicional de periculosidade ou insalubridade para os auxiliares de manutenção de aeronaves, ambos em Porto Alegre.
O Sindicato explica que as ações existem, mas os valores (ainda em discussão na Justiça) representam cerca de 10% do que consta nesse relatório.
Em relação ao FGTS, a TAP ME já teria um acordo com a Caixa Federal para dar conta desse pagamento.
O relatório também informa que a TAP ME Brasil possui diversos bens ativos penhorados, como veículos, computadores, componentes e itens dos hangares do Rio de Janeiro e Porto Alegre, que somam cerca de 15 milhões de euros.
As demais ações referem-se a infrações fiscais e tributárias que teriam sido cometidas pela empresa no pagamento de impostos diversos e foram promovidas por órgãos de governo estadual e federal, como a Receita.
A greve dos pilotos, realizada no dia 9 de agosto, provocou o cancelamento de 70 voos da TAP. Ela foi convocada pelo Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC), com o objetivo de servir de alerta para os problemas na companhia. Dentre eles estariam “o mau ambiente laboral, criado pela política administrativa” e a “má gestão operacional” da equipe liderada por Fernando Pinto”, disse ao jornal Público o presidente do SPAC, Jaime Prieto, que também pediu respeito às escalas, folgas e férias dos pilotos.