Nesta quinta-feira, em todo o país e em outros países do mundo será comemorado o Dia do Trabalhador.
O 1º de maio é uma data para reflexão sobre nossa condição na sociedade, nos locais de trabalho, sobre o presente e o futuro que queremos.
No setor aéreo, viemos sofrendo ao longo da última década com um desmonte das políticas públicas e uma concorrência desleal das empresas que prejudica diretamente os aeroviários e as demais categorias que formam a comunidade aeroportuária.
Milhares foram demitidos em empresas como Varig, Vasp, Transbrasil, BRA, Webjet, entre tantas outras. Nas auxiliares, nossos direitos são cada vez menos respeitados. E em nome da concorrência e da redução do preço das passagens, a exigência de produtividade e a falta de contratação nas empresas têm gerado uma sobrecarga que adoece e oprime.
Por isso, para os aeroviários, o 1º de Maio não pode ser apenas um dia de festa, e sim uma data para reflexão. Nossa unidade como categoria não pode se dar apenas nas campanhas salariais. Porque boa parte desses prejuízos que viemos sofrendo (inclusive não termos conseguido ainda firmar nossa convenção coletiva e um aumento salarial justo) se deve à falta de união da nossa categoria. Estamos assumindo o discurso dos patrões, vestindo uma camiseta em troca de ilusões e sendo exploradas cada vez mais e assediados moralmente.
Os patrões aproveitam-se de nossas fraquezas e divisão. O interesse do capital é o lucro, mas o nosso deve ser dignidade, saúde, felicidade, e não estamos lutando por isso.
Já elegemos governos de trabalhadores em todas as esferas, mas quando os governantes assumem, para manterem-se no poder, vendem nossa alma, esquecem sua origem. Política é negociação, mas não podemos aceitar a corrupção, a falta de ética, o crescimento da violência que ceifa cada vez mais vidas, a falta de segurança no trabalho, e está mais do que na hora de nos levantarmos dessa apatia. E que bandeira melhor se não o nosso trabalho, o direito de sustentar dignamente nossas famílias, a redução dos acidentes e mortes no trabalho, do estresse e da sobrecarga, o direito a ter um salário digno, condizente com todo o investimento que dedicamos às nossas carreiras na aviação.
As centrais sindicais precisam representar de fato os trabalhadores. E esses precisam tomar para si o dever de construir e manter seu sindicato forte, unindo-se nessa luta coletiva, não se deixando enganar pelas ameaças e mentiras dos empresários.
Nosso Sindicato não representa governos nem partidos, representa exclusivamente os aeroviários gaúchos, e está de portas abertas para esse importante debate e para apoiar nossa categoria em todas as lutas necessárias à garantia e ampliação de seus direitos. Faça parte dessa luta: filie-se e participe. Que esse 1º de maio seja uma data de reafirmação de nossas bandeiras e sonhos.