Governo vê obras e amplia voos mas esquece de fiscalizar áreas dos trabalhadores

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A Anac autorizou, em 16 de janeiro, atendendo a pedido das companhias aéreas, a operação de 1.973 voos extras durante a Copa do Mundo. Os quase 2 mil voos extras fazem parte de um bloco de 80 mil voos alterados ou incluídos na malha em função da Copa. Segundo a Anac, cerca de 45% da malha passará por algum tipo de alteração para o evento.

As empresas vêm afirmando que terão prejuízo na Copa, e seguem propondo apenas o INPC nas negociações salariais (sem aumento real), mas o Sindicato avalia que haverá lucro com o evento e espera uma contrapartida para os trabalhadores. O pedido de novos voos confirma isso. A entidade quer saber como serão as contratações e o treinamento dos funcionários para atender à demanda durante os jogos (esses novos voos, por exemplo), e não tem um esclarecimento do governo nem das empresas sobre isso. Os aeroviários sofrem com as más condições de trabalho nos aeroportos e com a sobrecarga nas companhias aéreas e nas empresas auxiliares.

As políticas públicas para o setor aéreo vem sendo ditadas pelas companhias, na avaliação do Sindicato, e as questões trabalhistas não são consideradas, nem fiscalizadas.

Nesta terça-feira (21/01), o ministro da Aviação Civil, Moreira Franco, e o presidente da Infraero, Gustavo do Vale, inspecionaram as obras no Aeroporto Salgado Filho. Franco elogiou as obras, visitou o pátio e as áreas de embarque e desembarque, mas não verificou a infraestrutura das áreas utilizadas pelos trabalhadores.

Os problemas já foram detectados pela Comissão de Diretos Humanos da Câmara Municipal, que constatou irregularidades graves e solicitou providências aos órgãos competentes.

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