O jornal Folha de S. Paulo, em matéria publicada no dia 14, denunciou um aumento abusivo nas passagens aéreas promovido pelas companhias brasileiras para os voos relacionados à Copa de 2014.
Segundo o jornal, o preço das passagens chega a ser dez vezes mais alto do que em períodos fora dos jogos.
As empresas justificaram os valores citando a lei da oferta e da procura, dizendo que, com a maioria dos assentos já comprada, os que sobraram ficaram mais caros.
As altas tarifas são, principalmente, para passagens de ponte aérea entre Congonhas (São Paulo) e Santos Dumont (Rio), e podem chegar a R$ 2.393 por ida e volta. Ainda segundo o jornal, o “fator Copa” no preço das passagens de avião se dá em outras fases do torneio, em voos entre outras capitais, que estão custando o dobro ou o triplo do preço normal.
Em audiência pública na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (16/10), repercutindo o assunto, o diretor-presidente da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), Marcelo Guaranys, criticou a proposta de a Anac estipular um teto para evitar abusos em relação aos preços das passagens aéreas durante o evento.
Os sindicatos de trabalhadores do setor aéreo, que estão dando início às negociações da campanha salarial nesta quinta-feira (17), já sabiam que as companhias teriam maiores lucros com os eventos. Por isso, as entidades defendem que esse lucro seja revertido também para aeroviários e aeronautas. Além disso, a perspectiva de grandes lucros com os eventos (Copa e Olimpíadas) permitem às companhias oferecerem bons índices de reajuste dos salários e benefícios e uma melhora da condição financeira das empresas, que vêm reclamando apoio do governo devido ao recente aumento do dólar e ao preço da querosene de aviação.