Nos esquivamos da crise e seguimos na luta

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No atual cenário político e econômico brasileiro, de escândalos sucessivos que mostram publicamente nossa vergonha ao mundo, de enfraquecimento da economia, ameaça constante de perdas de direitos (PEC 55 e Reforma da Previdência Social), aumentos sucessivos dos índices de desemprego e instabilidade institucional, acreditamos que conseguimos, através de uma negociação madura, transparente e corajosa, enfrentar esse cenário, demonstrando às companhias aéreas que estamos unidos, que sabemos seus números e não aceitamos pagar a conta da má gestão, ou de uma crise mil vezes amplificada, que desestabilizou nossa economia para derrubar um governo.

O fato é que as empresas aéreas, nos últimos dez anos, cresceram muito suas operações e seus lucros, e não dividiram essa sorte com os trabalhadores na mesma medida. E, portanto, não poderíamos admitir um achatamento de nossos salários, já prejudicados ao longo dos anos, apenas por estarmos vivendo um momento de crise. Porque a inflação também atinge nosso orçamento, e não impacta em lucros, mas na subsistência, o que é bem diferente. E com a unidade dos trabalhadores em todos os aeroportos do país, com essa consciência e coragem, conseguimos na mesa de negociação garantir a manutenção do nosso poder de compra, que é o nosso poder de sustentar nossas famílias, mesmo no olho do furacão dessa crise.

Garantir a inflação foi uma vitória muito importante. Muitos grandes sindicatos, como os bancários, precisaram realizar uma greve para garantir esse índice. Agora, precisamos manter essa unidade e consciência de classe, ainda mais em tempos tão difíceis, para seguirmos em frente, rumo a novas conquistas e na defesa constante de tudo que já conquistamos com tanta luta.

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