Editorial: Um SESMT para inglês ver

0

Há poucos dias, um aeroviário foi chamado de “animal” por um gerente do SESMT da TAP ME, em Porto Alegre. Na sequência, o gerente fez um sinal com a mão de que a cabeça desse trabalhador seria cortada. A atitude configura, claramente, assédio moral. Não é a primeira vez e, infelizmente, não deve ser a última em que esse tipo de comportamento acontece na empresa.

É constrangedor ouvir do Setor de Recursos Humanos perguntas do tipo: por que os trabalhadores não denunciam os abusos diretamente ao RH, ao invés de procurar o Sindicato? A resposta é óbvia: o RH age de forma conivente com os assediadores, acobertando-os e incentivando-os (como o Ostrão).

Gestores, chefes, supervisores, gerentes deveriam dar o exemplo, mas preferem assediar. Advertem aeroviários por não usarem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) enquanto a empresa desrespeita as normas de uso dos Equipamentos de Proteção Coletiva (escadas, macacos, cintos), mantém setores quase à luz de velas, pede para os trabalhadores alterarem a cena antes da fiscalização chegar, obrigam a compensação de horas de trabalho desconsiderando a vida pessoal dos funcionários, fazem acareações com um trabalhador de um lado e toda a equipe do RH mais o assediador de outro, sem a presença do Sindicato, permitem que os aeroviários usem marretas do séc. XVIII para executar tarefas em pleno séc. XXI. Há uma nuvem negra na TAP ME, provocada pela má gestão, enquanto os trabalhadores se esforçam para que a empresa não se afunde ainda mais. Não ver isso é pura cegueira. Nós, trabalhadores, não estamos cegos.

Share.

Comments are closed.