Aéreas mantém proposta de reajuste 0% para salários e pisos, que é rejeitada pelos trabalhadores

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Aeroviários e aeronautas esperam que Abear apresente nova proposta antes da audiência no TST

Dirigentes dos sindicatos cutistas de aeroviários (incluindo o Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre), o Sindicato Nacional dos Aeronautas e a Federação Nacional dos Trabalhadores em Aviação Civil (Fentac/CUT) reuniram-se, nesta quinta-feira (14/01), na sede da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), retomando as negociações da campanha salarial unificada 2015/16 com o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA).

Na rodada, as empresas rejeitaram a pauta de reivindicação apresentada pelos aeroviários e aeronautas após as assembleias de 7 de janeiro, com índices menores de reajuste, como forma de demonstrar boa vontade nas negociações. Também rejeitaram debater mudanças nas cláusulas sociais, condicionando a discussão a uma aceitação da sua proposta econômica, praticamente pedindo um cheque em branco para os trabalhadores.

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As aéreas, representadas pela Abear, apresentaram uma contraproposta que prevê reajuste zero sobre salários, pisos e cesta básica, para ambas as categorias, o que significaria uma perda salarial de quase 11% no período (conforme o INPC acumulado). A proposta prevê apenas um abono escalonado de 1% em junho, 2% em julho, 3% em agosto, 4% em setembro, 5% em outubro e 4% em novembro. Para os aeronautas, o abono seria calculado sobre a remuneração do mês anterior. Para os aeroviários, sobre o salário-base, com teto de R$ 10 mil. Para quem ganha acima desse valor, o pagamento do abono viria em um valor fixo de, respectivamente, R$ 100, R$ 200, R$ 300, R$ 400, R$ 500 e R$ 900, nos meses que constam acima. Além do abono, as aéreas oferecem 11% de reajuste sobre o vale-alimentação, vale-refeição, diárias nacionais e seguro de vida.

Os sindicatos de aeroviários rejeitaram a proposta na mesa de negociação, respeitando a decisão das assembleias, que já negou trocar reajuste por abono (pois o abono não incorpora nos salários e seria apenas um paliativo, com curta duração no bolso do trabalhador), assim como o reajuste abaixo da inflação.

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O Sindicato Nacional dos Aeronautas irá apresentar a proposta da Abear nas assembleias da categoria, previstas para o dia 20 de janeiro, com a convicção de que os trabalhadores também irão rejeitá-la.

Os sindicalistas destacam que a proposta da Abear não trouxe nenhuma novidade e sim deu nova roupagem à intenção das empresas de empurrar as negociações para o segundo semestre. Também ressaltaram que foi um desrespeito da Abear sugerir qualquer remuneração que não leve em consideração a data-base das categorias (1º de dezembro), garantindo o retroativo aos trabalhadores.

Os diretores Celso Klafke e Edmilson Fraga representaram o Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre na reunião.

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Não foi agendada nova rodada com a Abear, mas há expectativa, por parte da bancada de trabalhadores, de que as empresas revejam sua posição e apresentem nova proposta antes da assembleia dos aeronautas, no dia 20, e antes da audiência no Tribunal Superior do Trabalho (TST), que acontece em 22 de janeiro. Não havendo avanços, os aeroviários já estão em Estado de Greve e há grande indício de que a mesma posição será tomada pelos aeronautas, configurando um cenário de greve ou paralisações a partir da audiência no TST.

O que os aeroviários estão lutando nesta campanha
(última proposta aprovada em assembleia):

12% de reajuste salarial (INPC + aumento real)
15% de reajuste sobre pisos e demais itens económicos
20% de reajuste na cesta básica
Melhoria das cláusulas sociais

Situação atual: Estado de Greve desde 7 de janeiro

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