Trabalhadores apresentam às aéreas o estudo do Dieese e afirmam: não há crise na Aviação

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Foi realizada, nesta terça-feira (10/11), mais uma rodada da campanha salarial unificada 2015/16, com o Sindicato Nacional das Empresas Aeroviárias (SNEA), na sede do sindicato patronal, em São Paulo. O Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre participa das negociações ao lado da Fentac/CUT e sindicatos filiados.

Na reunião, os representantes dos trabalhadores apresentaram uma defesa econômica do reajuste defendido na pauta de reivindicação, com base em estudos produzidos pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), sobre a situação financeira das companhias aéreas.

Segundo o levantamento, mesmo diante de um período de retração econômica, o cenário não justifica achatamento salarial, pois o setor da aviação civil no Brasil registrou, nos últimos 26 meses, grande expansão na demanda de passageiros. Além disso, nos últimos quatro anos, o setor cresceu 30%, enquanto os trabalhadores tiveram apenas 1% de aumento real. Em 2015,mais de 1700 postos de trabalho foram fechados.

Os representantes das empresas não se opuseram aos números apresentados pelo Dieese, mas reafirmaram a posição das companhias aéreas de que não teriam condições de garantir sequer a reposição da inflação do período. A pedido dos sindicatos, o SNEA comprometeu-se a “fazer um esforço” para apresentar, na próxima rodada, agendada para 24 de novembro, uma contraproposta à pauta dos trabalhadores. A rodada seguinte será em 3/12.

Os sindicatos de aeroviários e a Fentac/CUT também defenderam na reunião avanços nas cláusulas sociais da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e obteram do SNEA o compromisso de realizar esse debate na próxima rodada. Entre as reivindicações está a inclusão do auxílio maquiagem na cláusula 45, que garante o direito dos aeroviários/as de receber o uniforme completo exigido pelas empresas de forma gratuita.

“Não há crise na aviação. Os trabalhadores não são descartáveis e merecem o reconhecimento pelo crescimento do setor aéreo. A negociação será difícil, mas vamos seguir com unidade e luta para que os aeroviários e aeronautas sejam devidamente contemplados”, destacou o presidente da
Fentac/CUT, Sérgio Dias.

Entre as reivindicações econômicas dos aeroviários estão: reajuste de 15% nos salários (reposição da inflação, mais aumento real); aumento de 20% sobre os pisos, vale-alimentação, vale-refeição e diárias. Participam da campanha unificada os sindicatos de aeroviários de Guarulhos, Porto Alegre, Campinas e Recife, o Sindicato Nacional dos Aeroviários e o Sindicato Nacional dos Aeronautas, além da Fentac/CUT.

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Bancada de trabalhadores durante a rodada realizada em 10/11. (Vanessa Barboza/Mídia Consulte)

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