Sindicatos de aeroviários barram criação do sindicato das Auxiliares

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EDITORIAL

A tentativa de criação de um sindicato de trabalhadores das Auxiliares foi frustrada, no último sábado (8/11), mas o risco de constituição dessa entidade continua. A atuação conjunta com o Sindicato Nacional dos Aeroviários (SNA), que obteve na Justiça uma decisão que suspendeu os efeitos dessa assembleia até o dia 25 de novembro (quando deve ocorrer uma audiência sobre o tema), foi fundamental no intuito de evitar a criação desse sindicato.

Além da liminar, o SNA trouxe à Porto Alegre diversas lideranças e trabalhadores de empresas auxiliares, incluindo o presidente da entidade, o companheiro Pará. A maioria dos aeroviários ligados ao SNA não pode participar da assembleia. A direção do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre também foi barrada. Cerca de dez seguranças privados guardavam a entrada do local, impedindo o acesso das pessoas que não interessavam aos organizadores da assembleia. O clima foi tenso e até a polícia foi chamada. Apesar da liminar, o organizador da assembleia deu início à reunião e tentou convencer os presentes da importância da Fenascom e das vantagens em apoiar essa iniciativa, dando como exemplo o acordo que teria garantido adicional de periculosidade aos aeroviários das Auxiliares.

“É preciso lutar, de forma pacífica e dentro da lei, para defender nossa profissão e todos os direitos já conquistados”

Então, os companheiros que conseguiram participar da assembleia questionaram o trabalhador da VitSolo que está à frente dessa iniciativa sobre quem eram as cerca de vinte pessoas que estavam com ele na sala e não eram reconhecidas por ninguém da base de Porto Alegre. Nesse momento, o trabalhador da VitSolo informou que havia uma liminar e suspendeu a reunião.

Sobre o adicional de periculosidade, cabe ressaltar que as empresas ofereceram pagá-lo somente até 1º de janeiro de 2015 e sem retroativo, o que é totalmente diferente da demanda defendida pelo Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre, que é de retroativo e adicional pago por tempo indeterminado, enquanto o trabalhador estiver em função que faça jus ao benefício.

Quanto à participação da categoria na assembleia, apenas alguns atenderam ao convite do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre para almoçar na entidade e participar dessa reunião. O fato dela ter sido agendada num sábado, longe do aeroporto, na mesma data do Enem, pode ter prejudicado a participação. A situação de conflito (de um lado estão as empresas que pretendem a criação desse sindicato, contando com o apoio desse funcionário da VitSolo contratado para essa empreitada; de outro o Sindicato dos Aeroviários de POA, o SNA e todos os colegas que já entenderam os enormes riscos dessa divisão em dois sindicatos) afugenta os aeroviários, mas é preciso que todos compreendam que é preciso lutar, de forma pacífica e dentro da lei, para defender nossa profissão e todos os direitos já conquistados. O que move as empresas nessa iniciativa é justamente o desejo de derrubar esses direitos. As Auxiliares ou Terceirizadas querem, por exemplo, ampliar a jornada para 8 horas, sem ampliar salários. Hoje, pela CCT, os aeroviários têm jornada de seis horas e podem fazer mais duas horas extras. Ou seja, é vantagem para as empresas a criação desse sindicato, para descaracterizar nossa profissão. Dessa forma, ao não defendermos nosso sindicato, estamos abrindo mão de nossos direitos.

A qualquer momento, esse grupo pode chamar uma nova assembleia. O Sindicato conclama a todos/as a ficarem atentos, debaterem esse assunto e mobilizarem-se para dar uma resposta à altura dessa iniciativa, que é uma traição à nossa categoria e a todas as lutas travadas até hoje. Para mais informações, contatar o Sindicato.

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