Ouvidoria surda

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Houve um aumento nos casos de assédio na TAP ME. Nos últimos meses, uma maior pressão das chefias em cima dos funcionários tem forçado esses trabalhadores assediados a procurar o Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre para relatar seus problemas.
Recentemente, a empresa distribuiu uma cartilha que trata sobre o assunto e também passou a oferecer palestras para os funcionários, com o intuito de orientar como conduzir situações de assédio. Para o Sindicato, o que há de contraditório na postura da empresa é que, apesar da posição da presidência ser de tratar o assédio como prioridade, o setor interno que atende essas denúncias, a Ouvidoria, é inoperante.

Em sua cartilha, a TAP ME estimula que os trabalhadores denunciem o assédio, mas quando o aeroviário procura o setor de Ouvidoria para fazer isso, os responsáveis pela averiguação se colocam ao lado das gerências, em detrimento do funcionário assediado. Pior, constrangem a vítima de assédio, permitindo que ela seja cercada por quatro chefes para interrogatório, pressionando e assediando ainda mais esse trabalhador.

Os assediadores se protegem entre eles, e o RH é conivente com isso, ressalta o Sindicato. Muitas vezes, inclusive, transferindo a culpa do assédio para o funcionário que foi vítima do abuso. Além disso, a TAP ME faz vista grossa para os assédios que acontecem dentro da empresa, ao mesmo tempo em que age virulentamente para punir trabalhadores que cometeram algum erro de conduta fora do local de trabalho. É no mínimo muito estranho esse comportamento, e um discurso e uma prática totalmente contraditórios. O Sindicato alerta que o não encaminhamento correto dos casos de assédio pode acabar gerando um passivo trabalhista para a TAP ME, já que, sem solução interna, eles podem acabar se tornando processos judiciais.

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