Na luta contra a concessão do Salgado Filho

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Em audiência na ALRS, entidades defendem manutenção dos postos de trabalho e afirmam que construção de um aeródromo em Portão é um equívoco

Em audiência pública promovida na Assembleia Legislativa do RS (ALRS), a pedido dos deputados estaduais Pedro Ruas (Psol) e Regina Becker Fortunati (Rede), foi debatida nessa terça-feira (28/6) a concessão (privatização) do Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, as condições de trabalho no complexo aeroportuário e a construção de um novo aeroporto na cidade de Portão (RS).

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crédito: Johnny Oliveira

A reunião teve início às 9h30min e permitiu que várias pessoas se pronunciassem, durante três minutos cada, para debater esses assuntos. Dentre os alertas feitos pelos representantes dos trabalhadores está o de que somente 10% dos aeroportuários que atuam no Salgado Filho como funcionários da Infraero serão mantidos. O aeroportuário Raul Feijó defendeu a reivindicação dos trabalhadores para que, ocorrendo a concessão, eles sejam realocados em estatais federais com sede na cidade.
O diretor de Comunicação do Sindicato dos Aeroviários de Porto Alegre, Osvaldo Rodrigues, afirmou que a manutenção do Aeroporto Salgado Filho é fundamental para o desenvolvimento da cidade e reforçou que muitos empregos serão afetados pela concessão. Também ressaltou que a concessão irá prejudicar ainda mais a Infraero, que já perdeu os principais aeroportos para a iniciativa privada e com isso os recursos cruzados que eles geravam para os demais aeroportos da Rede. “Não há necessidade de concessão e sim de melhorias na gestão, reduzindo, por exemplo, as terceirizações na Infraero”, declarou. Além disso, destacou que o Sindicato não vê necessidade alguma de investimento público na construção de um aeroporto em Portão, que “tudo indica, está sendo idealizado para atender exclusivamente interesses privados na região”.

O presidente da Associação Nacional em Defesa dos Direitos dos Passageiros do Transporte Aéreo (Andep), Cláudio Candiota, destacou que há estudos que refutam a necessidade de um novo aeroporto na região e alertou que o item 8.3.4.1 do edital de concessão desobriga a concessionária de alongar a pista se não fizer a obra em até quatro anos.
Os parlamentares também destacaram que parte do local escolhido para o aeroporto em Portão é uma Área de Preservação Permanente (APP) que não permite construções.
Além de participar da reunião, a direção do Sindicato foi convidada para o grande expediente da ALRS, no Plenário da Casa, o que demonstra um reconhecimento dos parlamentares em relação à representatividade da entidade.

Regina Becker Fortunati/Facebook

Regina Becker Fortunati/Facebook

 

 

 

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